A Baía de todos os Rocks

terça-feira, 9 de novembro de 2010


No ano de 2008 nasceu o Prêmio Bahia de Todos os Rocks e eu achei uma idéia genial, ainda acho, e aí abriu as inscrições, muita gente do interior se inscreveu, minha banda também, e quando enfim sai o resultado, decepção, não se tratava de uma festa do rock baiano, e sim do rock feito em Salvador. Dois anos se passaram e vem de novo o mesmo prêmio, desta vez mais incisiva na divulgação pelo interior da Bahia, novas expectativas, centenas de bandas inscritas, também do interior e de novo, decepção.


Onde está o rock baiano? De novo o rock feito em Salvador é premiado, indicado e de novo me questiono porquê? Os argumentos já sei de có, a produção no interior não tem qualidade, é inferior ao produzido em Salvador. Tudo bem, pode até ser, mas se a qualidade não é das melhores, não há como fugir disso, esse é o rock baiano, essa é a realidade do rock feito na Bahia, a menos que o BTR trabalhe com recorte, mas se o prêmio pretende vislumbrar essa cena baiana, tem que saber dessa diferença, excluir todas as bandas de rock do interior baiano, é afirmar que não existe rock fora de Salvador e aí eu questiono cada um dos membros do juri. O que eles sabem do rock feito no interior da Bahia? O que eles sabem do rock de Feira de Santana ou do rock feito em Vitória da Conquista, em Coité, quais são as referências históricas locais? Quem são nossos dinossauros? Com certeza eles não sabem.


O júri do Prêmio BTR está entre amigos, está num ambiente que respiram a 10, 20 anos, o juízo de valor é instintivo. Assim como Ricardo Cury é um músico referência na capital, para a maior parte das bandas de rock no interior baiano não significa nada, é um nome estranho, com raríssimas exercções , quase todos os indicados são referências locais, quem é Paulinho Oliveira? Os jornalistas que fazem parte do juri também, formados na UFBA, diretamente inserido na cena da capital e mais nada. É algo raríssimo ter uma matéria com uma banda vinda do interior, não existe essa preocupação, se o prêmio continuar nesse rumo, nunca terá uma banda do interior presente, nem nunca teremos uma banda realmente de qualidade no interior baiano, pois se não há exposição das bandas, os frutos dessa exposição não vem também obviamente e se os jornalistas e jornais como Correio da Bahia e Jornal A Tarde que circulam no interior também não estão nem um pouco preocupados com o que é produzido no interior baiano, lógico que só teremos bandas da capital em um prêmio como este. Ou deixaremos de ter bandas inscritas no evento por desacreditar no prêmio. Podem me chamar de chato e de reclamão, mas eu vou continuar brigando por maior democratização destes espaços, afinal a Bahia é mais interior que capital e enquanto não começarmos a brigar por isso, vamos continuar marginalizados.

13 comentários:

Irmão Carlos 9 de novembro de 2010 às 05:49  

Boa! sou de Salvador e concordo com tudo, sem tirar uma palavra!

Irmão Carlos

Anônimo,  9 de novembro de 2010 às 05:51  

Acho que seu questionamento é válido, e podem ser inseridas categorias, como "melhor do interior" etc. O que não pode é criar cotas pra bandas do interior.

No mais, sobre a escrita do texto, não gostei muito. Quase desisti antes de ler, o texto todo é um parágrafo só. Dá pra dar uma melhorada.

Valeu!

Eduardo 9 de novembro de 2010 às 05:54  

Acho que você não foi reclamão, falou o que tinha que ser dito. Acho um absurdo também um Premio que leva o nome do estado não ter representantes do interior.

E o problema é que muitos daqui da capitaç que foram indicados eu a muito tempo sequer vejo movimentação de shows ou produções significativas, me pergunto qual critério de indicação desses seres? Porque fazer algo na época do prêmio e se increver é fácil, mas no corre diário onde estão esses artistas?

J. Salvador 9 de novembro de 2010 às 06:12  

Cada um tem o que merece, não pode ficar esperando cair do céu, nem também que algum jornal vá atrás das bandas. Como a imprensa vai procurar um grupo que não faz nada, vai mostrar o quê? Vai falar do quê? Que novidade ou quê de interessante tem pra apresentar?
A galera da capital não sabe por que as bandas, n tem a minima noção de como se divulgar e é facil, basta usar a internet.
Azar das bandas que não conhecem as pessoas de referencia de Salvador ou de outros lugares, não conhece por que não procura se informar.

Tem que correr atrás, meu filho e fazer o negócio direito. Banda ruim tem em todo lugar, não só no interior. E quem se marginaliza são as proprias bandas, que gravam, fazem um myspace e acha que é o suficiente, ninguém vai correr atrás do show de uma banda que não faz nada, nem se quer se preocupa em fazer uma gravação de qualidade e se não tem qualidade tem que ir atrás dela, coçar o bolso pra pagar um estudio bom, ter um bom design e boas fotos também ajuda. Quem quer espaço tem que lutar por ele.

Você por exemplo, tire algumas horas do seu dia para divulgar sua banda e veja o resultado. Pare de se doer e vá colocar sua banda pra funcionar direito, se inscrever nos festivais, divulgar nas redes sociais, tem quase 2 meses que ninguem loga no MySpace (que é bizarro por sinal e a galera se veste parecendo obreiro da Assembleia de Deus) o ultimo login foi dia 19/9! Quer ir pra onde assim, hein?

Jopatife 9 de novembro de 2010 às 06:24  

Sr. J.Salvador, se para estar no prêmio fosse necessário a banda está sendo divulgada, não precisaria de inscrições no projeto. Pelo que entendo se inscrever no projeto é justamente para dá a oportunidade de os curadores conhecerem o que esta sendo produzido na Bahia, e não em Salvador e a partir daí sair uma avaliação. Ignorar o interior é absurdo. Quero ver se no projeto que foi contemplado pelo Faz Cultura se afirma que o objetivo é premiar bandas de Salvador. Quanto ao visual do clube e ao myspace, é sua opinião, quanto a logar no myspace, é algo desnecessário quando todas as notificações e contatos vem pra caixa de emails, os acessos a pagina ta rolando. A divulgação esta sendo feita, o download dos nossos discos estão sendo realizados. Não peço cota pra o interior, se não é pro interior entrar não entra, só não use o nome de um estado com mais de 400 municípios para comtemplar 1 cidade.

Jopatife 9 de novembro de 2010 às 06:28  

Valeu Carlos, vou tentar corrigir, foi mal, rsrs.

Unknown 9 de novembro de 2010 às 13:39  

Concordo com tudo que disse Capone, já to preparando um e-mail pra enviar aos responsaveis pelo BTR...

rodolfo,  9 de novembro de 2010 às 17:02  

concordo com tudo que jopatife escreveu e digo mais o nome desse premio deveria mudar para " PREMIO SALVADOR DE TODOS OS ROCKS" OU " PREMIO PANELA DE SALVADOR DE TODOS OS ROCKS " eu ainda tinha um pouco de esperança que esse tipo de coisa nao acontecece na BAHIA mais infeslimente não da mais pra ter confiança em nada que venha desse grupinho armado de SALVADOR.

Pablues 10 de novembro de 2010 às 07:12  

A gente tá discutindo uma parada séria de exclusão que tá na cara com relação ao BTR e esse tal salvador num sei de onde, vem falar de figurino do Clube? Incomodou foi? Ele deve ser um desses consultores de moda frustrados, que não conseguem expor sua coleção de roupinhas de boneca nos shopings da big city. Tadinho!!! fica frio aê...

Pablues 10 de novembro de 2010 às 07:14  

Ou então o salvador tá querendo se escalar pra ser acessor de comunicação de alguém... que vai querer??? quanto vale o show silvio?

Unknown 11 de novembro de 2010 às 05:55  
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown 11 de novembro de 2010 às 05:56  

J. Salvador, meu filho, percebo pelo seu comentário, o seu limite estético, sonoro, cultural e ético, quando você, na busca de argumentos para contrapor os questionamentos do Capone utiliza-se do seu rancor e preconceito numa avaliação externa e sem parâmetros com um único objetivo de descredenciar/desqualificar a produção rocker interiorana comete equivocos imperdoáveis, álias, costumo perdoar erros, pois sei que são cometidos por dois motivos: ignnorância, leia falta de informação ou por falta de caráter mesmo, neste caso, não existem remédios...

Mas, vamos lá... primeiro, quanto ao "cada um tem o que merece": dizer que não estamos produzindo nada, não estamos nos mexendo... Você é digno de pena, meu querido, só contando produções do Clube/feira coletivo/alcatéia, somamos algo em torno de cinquenta bandas circulantes em Feira de Santana, contabilize nos post na Internet, sendo que co-produzimos a maior turnê independente do País a circulada internacional da banda Argentina Falsos conejos, com uma média de público de 400 pagantes por evento, idealizamos, produzimos e realizamos a segunda edição do maior festival de arte integrada e independente da Bahia; o Feira Noise, com Bandas de todos país... fora isso, pode somar outros eventos de âmbito estadual, regional e nacional dos quais participamos (só para citar: aracaju, Rio Grande do Norte, interior mineiro, fortaleza...). somado a isso, integramos duas grandes redes de cultura: Circuito Fora do Eixo do qual somos ponto e o Mede Motiva...

Em relação à aparência??!! (rsrsrsr) A idéia é essa mesmo, neste caso, você é que terá que se mexer, nossa referência é o blues 50' e 60' do século XX, logo? Ah! entendeu? Não somos obreiros da universal, para ser sincero, nem ao cristianismo seguimos, agora não lemos a cartilha do rock soteropolitano dessa forma não temos como seguir a estética pré-concebida, foi mal, quem sabe, agente utilizando bermudinhas grunges, ou algum outro kit rocker, é o que propõe??? Isso que na sua opinião é salutar para conceber uma avaliação sobre produção da cultura rocker? Pois, saiba? produzir cultura, meu querido, é bem mais que isso, é bem mais que entretenimento vazio e barato...é sustentabilidade, produção coletiva, é movimentação de uma cadeia produtiva é política social, mas isso é muito distante da tua limitação estética...
enquanto isso, a caravana segue...

viva a Baia de todos os rocks e ao São salvador!!!

Paulo de Tarso

Unknown 11 de novembro de 2010 às 06:39  

Assim como o Irmão Carlos quase o fez, eu fiz e desisti de ler o texto na primeira vez que vi, vale a crítica do Irmão com o objetivo de melhora do texto. Na segunda vista, lí. E aplaudo a iniciativa contrária a formação de panelinhas e grupos fechados por muros imensos de bosalidade, daqueles que conseguem qlqr mínima exposição, ou por causa daquela matéria, ou até mesmo por conhecer aquele produtor fica se achando a Pica que Matou Cazuza. Isso me enója, pq é extremamente importante para a cultura rock tão marginalizada e escluída a união, a quebra de fronteiras, a organização em prol de objetivos comuns. Esse Premio, pelo que me aparenta e lendo os reclames acima, é a institucionalização da segreção e do panelismo. Uma pena, ciclopes!

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