RAFAEL DAMASCENO - PRESENTE (2011)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011





Rafael Damasceno é um músico que não tem medo de confessar influências. Durante os shows, faz questão de incluir versões de Wilson Simonal, Gilberto Gil, Otto, Novos Baianos (ou Assis Valente, em termos precisos) e outros nomes importantes para sua trajetória pessoal de criação. Também nas canções autorais, o cantor e compositor feirense mostra ser possível realizar um trabalho maduro graças à convivência harmoniosa com as fontes, aos poucos se obtendo a tão sonhada propriedade de sons e dizeres.


O EP (Extended Play) intitulado Presente, primeiro lançamento oficial de Damasceno, traz os frutos dessa evolução. Apenas quatro faixas inéditas que cruzam, à vontade e ininterruptamente, as fronteiras entre velhos e novos referenciais da MPB. Incorporam o rock, o soul, o samba, e mais uma série de elementos encontrados na cartilha seguida por gente como Zeca Baleiro. O artista, envolvido em todo o processo, tem participação direta nos arranjos, na produção musical e na direção de arte.


“Jack Sou Som”, uma prima-irmã da “Jack Soul Brasileiro”, de Lenine, engrossa as homenagens a Jackson do Pandeiro e, claro, à brasilidade do regional. Informa a letra: “para o regional/ é essencial/ ser original”. Uma sábia constatação, pois não são poucos os casos em que a ânsia pelo regional descamba para a caricatura, ou mesmo em que a vontade de ser global partindo de um ponto regional resulta em qualquer mistura despersonalizada.


Em “Silêncio”, mais uma tributo. Agora ao paradoxo som-silêncio, que se conserva intrigante apesar de tão abordado. Reflete-se sobre o silêncio através da música, ao passo que o silêncio, com seu som inescrutável, vira necessidade: “silêncio para quem reza/ silêncio para oração/ silêncio/ silêncio para o velório/ silêncio na gravação”. Um não sobreviveria sem o outro, no fim das contas.


As tendências do instrumental – algo mezzo Lenine, mezzo Djavan – prosseguem nas demais canções. A swingada “Só Você” dá continuidade ao balanço “Jack Sou Som”. Já a contemplativa “Olho Por Olho”, em parceria com a jornalista e produtora executiva Daniele Britto, lembra “Silêncio” no uso da percussão e das cordas. Tudo muito bem pensado, nota-se. Rafael Damasceno, definitivamente, sabe o que quer.


MYSPACE: www.myspace.com/rafaeldamasceno


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Tulipa Ruiz - Efêmera 2010

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011



Primeira postagem de 2011, a primeira depois de muito tempo, o corre corre do dia-a-dia me deixou sem tempo para o blog, mas vamos lá. Tulipa Ruiz, um dos nomes mais badalados em 2010, esteve presente em quase todas as listas de fim de ano com o título de melhor disco, revelação, melhor cantora e por aí vai. E realmente se trata de um excelente trabalho, um disco leve, bem feito, com excelentes canções e muito bom gosto no trabalho, confiram.

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Mostra de Música de Maranguape - Primeiro Dia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Maranguape é uma cidade que faz parte da grande Fortaleza, fica a 19 Km da capital cearense e tem população de 120 mil habitantes. A II mostra de música independente de Maranguape é realizada pela prefeitura da cidade com a produção do Panela Discos. O Festival aconteceu nos dias 21 e 22 de janeiro.

Primeiro dia


A primeira noite do festival

iniciou chuvosa, passava das 20 horas quando a Hélade, banda local, iniciou sua apresentação no Teatro da Sociedade Artística de Maranguape. A banda é bem nova, apenas 2 meses de existência, mas a maturidade dos músicos não deixa em nenhum momento a banda soar como verde ou inexperiente. A Hélade fez um show como se deve, já que se tratava de uma mostra de música independente, ter um repertório todo autoral foi extremamente importante para a banda ir se posicionando na cena de sua cidade e do estado. As canções executadas estarão presente no primeiro EP do grupo segundo a vocalista. Formada por Junior Leão (Guitarra), Paulinho (Baixo), Cão (Bateria) e a belíssima Manu Volkova na voz. Hélade mostrou com muita competência que sabe equilibrar peso e melodia muito bem, as influencias do grupo passam por bandas como Lacuna Coil e Within Temptation, mas não pense que se trata de uma cópia dos nomes supra citados, longe disso, as referências sutis no som da Hélade, que é bem original, diga-se de passagem, e conta com outra característica bem legal que é de ter letras em bom português e é claro um potencial incrível. Com certeza iremos ouvir falar muito na Hélade.

Manuvolkova, vocalista do Hélade.

Quem subiu ao palco logo em seguida foi outra banda de Maranguape, a banda de Metalcore As Thy Death, a banda tem 1 ano de existência e o show na Mostra era sua 5ª apresentação, com influencia de As I Lay Dying e KSE a banda fez uma apresentação com músicas de sua primeira demo Price of Dreams e algumas inéditas, o show também foi todo autoral, com muito peso e um vocal poderoso, Caio (baixo), Naiara (Bateria), Tiago (Guitarra) e Junior (Vocal), fizeram uma apresentação que agradou em cheio ao público que a cada banda que se apresentava ia se chegando.

As thy death

A banda de Pacatuba Parabólicos tem 4 anos na ativa, 1 disco lançado, chamado “o tempo não demora”, e foi o primeiro grupo da noite a arriscar alguns covers, como Que país é este e Fátima da Aborto Elétrico. A banda tem influencia do rock dos anos 80 como Plebe Rude, Engenheiros do Hawai e a já citada Legião Urbana. Parabólicos tem composições muito boas e achei desnecessários os covers que citei, aliás foi a única banda da noite a inserir covers no repertório, a banda tem potencial e deve valorizar isso, o show é legal, mas rolou uma fato um tanto curioso na apresentação dos garotos de Pacatuba, a apresentação aconteceu inteira sem o contra-baixo, por algum motivo o baixista Paulo Sérgio desligou seu instrumento e seguiu o show inteiro com ele desligado. Fora isso o show foi bem honesto, as composições da banda são muito boas.

Parabólicos

Para encerrar este primeiro dia de festival, subiu ao palco a banda de Fortaleza Falácia. Paulinho (Voz), Pedro (Bateria), Jeferson (Baixo) e Edson (Guitarra) fizeram o Teatro da Socieade dos Artistas tremer com seu Thrash Core cantado em português, e lógico que fazendo essa mistura pesada de HC, Punk e Metal, obrigatoriamente iriam resultar em letras engajadas e que denunciam todas as mazelas sociais e políticas em nosso país. Falácia só no nome, pois Paulinho (Vocal) afirma que a banda vive o que prega nas letras e estão diretamente ligados aos movimentos sociais de sua cidade.

Falácia

Primeira noite perfeita da II Mostra de Música de Maranguape só nos deixou na expectativa para o segundo dia que contaria com 7 bandas.

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