MAGIC SLIM & JOE CARTER

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


A alguns dias atrás um amigo meu me fez esta pergunta absurda: “ Jo, como eu devo me portar ao ouvir um blues? Eu não sei ouvir blues cara. Gosto, mas não sei como ouvir”. Fiquei alguns segundos tentando entender até que enfim disse: “Sei lá! Caramba! Como se comportar? Acho que não sei.” Mas eu sabia e sabia também que essa pergunta só foi feita porque criou-se essa coisa no Brasil de que Blues é música da elite, mas o blues se ouve do mesmo jeito que se ouve qualquer outra música, blues é bom pra dançar, é bom para se tocar numa festa, é bom para ouvir sentando num bar, tomando um vinho, um conhaque, ou cerveja. Não tem que criar essa redoma em torno do estilo, os bares onde rola blues são caríssimos, cheios de requinte, mas o blues é música do povo, é música de festa, é música de pobre, como diria Luiz Gonzaga, feita em Dó maior e é pra se ouvir do jeito que quiser.

Depois dessa conversa fiquei pensando, puxa, como desmistificar isso? Cheguei a conclusão de que não há essa necessidade, tá tudo aí na internet para quem quiser ouvir e conhecer e descobrir toda beleza e simplicidade do blues e de toda e qualquer música que é construída a partir da cultura popular de um povo. Mas lógico que aproveitando o gancho, no restante da semana vou postar alguns discos de blues que gosto muito, para quem quiser conhecer um pouco mais do que se trata essa coisa toda, e por si só irão derrubar alguns mitos.

O primeiro disco que escolhi foi este That Ain't Right, disco de Magic Slim & Joe Carter, que são dois artistas com obras separadas mas que se reuniram para fazer esse album. Para quem não conhece Magic Slim e Joe Carter, são dois gigantes do blues mundial vindos de Chicago, na verdade, Magic Slim saiu do Mississipi para Chicago e Joe Carter da Georgia também para lá, mas faziam o blues típico de Chicago, mas isso é outra história, para entender um pouco, wikpédia tem boas informações sobre o blues de Chicago.

Pois, dessa reunião nasceu esse disco que é excelente, e tem tudo que um bom disco de blues precisa, balanço, muita guitarra e muito improviso. Magic Slim é conhecido por tocar com guitarras cruas, sem pedais de efeito e também por não gostar de ensaiar, é o blues no estado mais puro que se pode alcançar usando uma guitarra elétrica.



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